Bem Vindos!

  • Este blogue foi criado pela turma do 12ºD (de 2011/2012) do curso de Línguas e Humanidades (DL.272/2007) da Escola Secundária de Amora (ESA), que aceitou o desafio da nossa professora de Psicologia (Albertina Pereira) para construir um blogue. Aceitámos esse desafio com o intuito de registar de uma forma organizada, as matérias do programa e também para podermos aprofundar os nossos conhecimentos no âmbito desta disciplina. Assim, convidamos-vos a participar, com os vossos comentários, de modo a que este blogue seja amplamente conhecido e que possa contribuir para um maior conhecimento desta disciplina, revelando os seus "encantos". Esperamos o vosso contributo para a divulgação deste nosso blogue!

Citação da semana - I Kant

"Todos nós nascemos originais e morremos cópias" - C.G. Jung *****"Aquele que quer mover o mundo, que primeiro mova a si mesmo" - Sócrates

Escolas de Pensamento

Associacionismo
Objecto de estudo:  Consciência
Método: Introspectivo, ou de apercepção (relatos objectivos)



Movimento psicológico que foi formado a partir da união entre os iluministas franceses e os empiristas. Este movimento foi considerado por muitos como a verdadeira rutura entre a Psicologia e a Filosofia.




  • Os racionalistas alemães afirmavam que a mente teria o poder de gerar ideias, independentemente da estimulação sensorial.

  • Todo o conhecimento se basearia na razão e a perceção seria meramente um processo seletivo.

  • O problema central para os racionalistas não era o que estava na mente, mas o que a mente realizava.
  • As suas actividades principais eram perceber, recordar, raciocinar e desejar. Acreditavam que, para realizar estas funções, a mente teria faculdades especiais. 

  • Não concordavam com os empiristas no reducionismo da mente a puros elementos.


  •  Acreditavam que a atividade mental era muito mais complexa e que se os conceitos ou a perceção dos objetos fossem reduzidos a elementos perderiam o seu verdadeiro conteúdo.



O Associacionismo atinge a sua máxima expressão na Psicologia, com o pensamento de Wundt, com o estruturalismo e principalmente com o condutivismo. 

  • Para Wundt e para os seus seguidores (nomeadamente Edward Tichener, 1867-1927), as operações mentais não eram mais do que a organização de sensações elementares, procurando relacioná-las com a estrutura do sistema nervoso.
  • Wundt, no seu laboratório, em Leipzig, vai procurar conhecer a forma como se relacionam e associam os elementos da consciência (Concepção Associacionista dos comportamentos).
  • Utiliza, como método, a introspecção (observação interna) mas de um modo controlado: ( os observadores treinados deveriam, no laboratório, descrever as suas próprias experiências, resultantes de uma situação experimental definida. Os dados eram depois relacionados e interpretados por uma equipa de psicólogos)
As leis da associação surgem com Locke, mas são mais tarde formuladas com mais exatidão por David Hume, sendo ele o expoente máximo desta teoria. Segundo Hume:


  • O conhecimento humano está constituído exclusivamente por impressões e ideias. Para ele, as ideias associam-se principalmente quando existe entre elas uma proximidade espacial e quando são semelhantes e ainda sempre que se possa estabelecer uma relação de causa-efeito entre os acontecimentos que elas representam.
  • As impressões seriam os dados primitivos recebidos através dos sentidos, enquanto as ideias seriam as cópias que a mente recolhe dessas mesmas impressões.
  • O conhecimento tem origem nas sensações e nenhuma ideia poderia conter informação que não houvesse sido recolhida previamente pelos sentidos.
  • As ideias não têm valor em si mesmas. O núcleo central da teoria psicológica baseia-se na ideia de que o conhecimento é alcançado mediante a associação de ideias seguindo os princípios de semelhança, continuidade espacial e temporal e causalidade. 
Ao longo dos tempos, este modelo foi usado por vários psicólogos, como por exemplo Sigmund Freud, com a sua famosa associação de palavras, e também com Pavlov, com a associação entre os estímulos, entre outros.



http://www.infopedia.pt/$associacionismo / http://www.prof2000.pt/users/isis/psique/unidade1/objecto/wundt.html



 Estruturalismo
Objecto de estudo: Consciência
Método: Introspectivo (relatos subjectivos)


O Estruturalismo surgiu com o inglês Edward Bradford Titchener, e tem como fundamento o estudo dos elementos ou conteúdos mentais e sua conexão mecânica, mediante o processo de associação.

  • Titchener acreditava que a Psicologia deveria procurar descobrir a natureza das experiências conscientes elementares, para determinar a sua estrutura, através da análise das partes que a formam.
  • Esta experiência consciente, segundo Titchener, é dependente do indivíduo que a vivencia.

Um exemplo da física citado por Titchener é o fato de uma sala poder estar a uma temperatura de 30ºC, independente de ter ou não alguém nesta sala para senti-la. Nesse caso, mesmo que não haja ninguém na sala, a temperatura será a mesma.
Já no enfoque da Psicologia, se houver um sujeito como observador dessa sala, ele poderá relatar que sente um calor desconfortável ou não, dependendo de suas experiências com a sensação de calor. 

  • Assim, a Psicologia, ainda segundo Titchener, deve ter como objeto de estudo a experiência consciente do indivíduo, diante das diversas situações ás quais é exposto.


Quando estudou a experiência consciente, Titchener alertou a respeito da possibilidade de um erro, o qual ele chamou de erro de estímulo, que gera uma confusão entre o objeto de observação e o processo mental envolvido.

Por exemplo, se mostrarmos uma maçã a alguém, e pedirmos para que essa pessoa descreva o que vê, muito provavelmente dirá que se trata de uma maçã , não descrevendo as suas características como cor, forma e brilho.

Essa falta de descrição dos elementos componentes da maçã é o que Titchener chamava de erro de estímulo, pois as características foram deixadas de lado, em favor da descrição mais simples e conhecida. Nesse caso, o observador está a interpretar o objeto e não analisando-o.
Titchener definia a consciência como a soma das experiências existentes em certo momento e a mente como a soma das experiências acumuladas ao longo do tempo. Para ele, o único objetivo legítimo da Psicologia deveria ser descobrir os fatos estruturais da mente e estudá-los.

http://www.infoescola.com/psicologia/estruturalismo-na-psicologia/





Funcionalismo
Objecto de estudo: Consciência
Método: Eclético (introspectivo, experimental e comparativo)

Escola de psicologia que enfatiza os atos ou processos mentais como objeto de estudo da Psicologia. O ponto de vista funcional sustentou que a mente deve ser estudada em função de sua utilidade para o organismo, tendo em conta a adaptação ao seu meio. (o estudo definirá "para que é" a mente e não "o que é" a mente).

Nos Estados Unidos, William James assumiu uma vigorosa posição funcionalista, ao criticar os métodos e propósitos estruturalistas. John Dewey adotou o ponto de vista de James e, ao desenvolver o seu sistema de psicologia, converteu-se no fundador oficial do Funcionalismo como um movimento definido na Psicologia americana. Dewey anunciou que o estudo do organismo era o objeto apropriado da Psicologia.

O Funcionalismo tornou-se uma escola formal de Psicologia em Chicago sob a liderança de James Rowland Angell e Harvey Carr.  Publicaram compêndios em que se anunciaram as premissas básicas do novo Funcionalismo e tentaram relacionar as suas conclusões experimentais em aprendizagem, percepção, pensamento, emoção, etc., com os seus pontos de vista teóricos. 


O outro núcleo funcionalista americano desenvolveu-se, simultaneamente, na Universidade de Colúmbia. Os dois grandes destaques do Funcionalismo de Colúmbia foram Edward L. Thorndike e Robert S. Woodworth


 Thorndike foi um dos grandes psicólogos da educação experimental deste século e as suas doutrinas dominaram por várias décadas a prática educacional e a psicologia da aprendizagem. 
  • Thorndike queria provar como se desenvolvem as conexões entre estímulos e respostas.


http://www.euniverso.com.br/Psyche/Psicologia/geral/funcionalismo.htm



Behaviorismo
(ou comportamentalismo)
Objecto de estudo: Comportamento
Método: Experimental: Experimental



O termo Behaviorismo foi utilizado inicialmente em 1913 num artigo denominado “Psicologia: como os behavioristas a vêem” por John B. Watson. "Behavior" significa "comportamento" e ele definiu como: "Um ramo experimental e puramente objetivo da ciência natural. A sua meta é a previsão e controlo do comportamento...


Watson foi considerado o autor do behaviorismo, mas é necessário que se diga que ele foi, na verdade, o porta-voz dessa abordagem, devendo ser lembrado que antes de Watson, dois pesquisadores deram os primeiros passos dessa abordagem: o americano E. L. Thorndike (1874-1949) e o russo Ivan Pavlov (1849-1936).  Watson postulava o comportamento como objeto da Psicologia. O Behaviorismo nasceu como uma reação à introspecção e à Psicanálise que tentavam lidar com o funcionamento interior e não observável da mente.



Esta teoria psicológica também é chamada de comportamentalismo ou condutismo. A postulação de Watson decorreu em função dos estudos experimentais sobre o comportamento reflexo efetuados por I. Pavlov e dava à psicologia a consistência que os psicólogos da época vinham buscando, ou seja, a Psicologia tinha um objeto mensurável e observável para estudar e os experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes sujeitos e condições. Tais possibilidades foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência. Watson defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia onde o comportamento é estudado em função de varáveis do meio e os estímulos levando o organismo a darem determinadas respostas e isso em razão do ajuste do organismo ao seu meio por meio de equipamentos hereditários e formação de hábitos.

Neo - Behaviorismo 


Radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação dos elementos cognitivos, opondo-se à concepção de Watson, que só não estendia os seus estudos aos fenómenos mentais pelas limitações da metodologia, não por eles serem irreais. Skinner recusa-se igualmente a crer na existência das variáveis mediacionais de Tolman. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um ser único, homogéneo, não um todo constituído de corpo e mente.
 
Numa experiência com um rato, Skinner estudou o seu comportamento
  • Colocou o rato na caixa de Skinner (onde um pedal acciona um mecanismo que liberta
    um bocado de comida);
  • O animal associou a utilização do pedal para obter comida - aumentando este acto;
  • Seguidamente, deixou de alimentar o rato, mesmo quando pisava o pedal - o acto ia sendo progressivamente abandonado;
  • De novo, colocou comida no alimentador - o animal passou a pisar o pedal mais frequentemente que na primeira fase;
Skinner conseguiu, assim, criar um comportamento operante na resposta do animal.

Sobre a Aprendizagem de problemas complexos, Skinner propôs um método de aproximações sucessivas:
  • Divisão da informação em pequenas etapas
  • Participação activa do aluno, havendo um sistema de avaliação ligado à reprodução da resposta
  • Cada etapa tem um reforço imediato, havendo um "feedback" ao aluno
  • O aluno tem a possibilidade de controlar a progressão ou não às etapas seguintes





Sócio-Behaviorismo


(A. Bandura)


Bandura enfatiza a modificação do comportamento do indivíduo durante a sua interação.
Para Bandura, o indivíduo é capaz de aprender também através de reforço vicário (ou aprendizagem vicariante), ou seja, através da observação do comportamento dos outros e de suas conseqüências, com contato indireto com o reforço.
Entre o estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo.


Bandura procurou confirmar tal teoria ao fazer um experimento com um boneco:

  • Três grupos de crianças foram submetidos a um filme diferente cada, nos quais adultos agrediam os bonecos.

Mas o final de cada um deles é que era diferente:

  1. O primeiro grupo viu o adulto agressor ser recompensado.
  2. O segundo grupo viu o adulto agressor ser punido.
  3. O terceiro grupo viu que o adulto agressor não sofria nenhuma consequência.

 Depois, as crianças foram colocadas numa sala onde podiam ser observadas sem se aperceberem. Na sala havia diferentes brinquedos, dentre eles o boneco que foi usado no filme.
Relatou-se que o grupo que viu o adulto a ser recompensado tendia a repetir com maior frequência as agressões ao boneco, quando comparado aos dois últimos grupos, provando-se, assim que o juízo que fazemos de certos comportamentos são determinantes para resposta a determinados estímulos.




http://jrusso.do.sapo.pt/docs/psicom_activ21.pdf 
http://www.infoescola.com/psicologia/behaviorismo/


Gestaltismo

      (W.Kohler)                                     (M. Wertheimer)
A escola da Gestalt (forma, todo, configuração) contesta a explicação das percepções como sendo um conjunto de sensações elementares. Max Wertheimer ( 1834-1943 - fundador da escola) e Wolfgang Kohler (1887-1967), defendem que o todo é diferente da soma das partes.


Esta escola tem como objetivo, determinar os princípios que determinam e organizam a nossa percepção, ou seja o modo como estruturamos a realidade:


  • Um conjunto é mais que a soma das partes que o constituem.
  • A forma é a melhor possível nas condições presentes (princípio da boa forma ou pregnância)


São estes princípios que permitem afirmar que, em condições iguais, os estímulos que formam uma boa figura terão tendência a serem agrupados.



O cinema é exemplo de um movimento aparente: a sucessão de fotografias que parecem apresentar movimento deve-se a ao modo como nós organizamos a informação, o que é feito a nível cerebral de um modo inato e automático

Kohler, estudou o modo como os chimpanzés lidavam com situações problemáticas, tendo chegado à conclusão que possuíam a capacidade de organizar os diversos elementos de uma situação num todo coerente permitindo assim encontrar a solução para o problema.

Leis da Gestalt



Lei da Semelhança 


 Eventos semelhantes agrupar-se-ão entre si. Esta semelhança dá-se por intensidade, cor, odor, peso, tamanho, forma etc... e dá-se em igualdade de condições.


Lei da Pregnância


Provávelmente, a mais importante de todas, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas no seu caráter mais simples. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada.


Lei da Proximidade



Os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se encontram uns dos outros. Lógicamente, elementos que estão mais perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante dos seus similares.




Lei da Continuidade



Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo a que eles pareçam contínuos ou que fluam numa direção específica.


Lei da Clausura (ou Fechamento)



É o princípio de que a boa forma se completa e fecha-se sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.


Psicanálise
Objecto de estudo: 
Método: Experimental:



Campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da psicologia, embora também inserido nesta desenvolvido por Sigmund Freud, médico neurologista austríaco nascido em 1856 que se propõe à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente e abrange três áreas:
  • Um método de investigação da mente e seu funcionamento;
  • Um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humano;

Na primeira tópica, estipulou que:



Freud idealizou duas teorias, que explicariam a composição do psiquismo humano.

  • O nosso aparelho psíquico é constituído pelo inconsciente (zona dos desejos e impulsos de natureza sexual), pelo subconsciente (zona intermédia entre o consciente e o inconsciente) e pelo consciente (zona da razão e do contacto com o mundo exterior).


Numa segunda teoria:

  • Apresenta os conceitos do Id (campo de natureza primitiva e instintiva), do Ego (parte que contacta com a realidade) e do Superego (atua como um "juiz" das nossas atividades e pensamentos).


O "pai" da Psicanálise desenvolveu um modelo de estádios, pelos quais todos os seres humanos passam. Este modelo apresenta seis fases de desenvolvimento baseadas em formas de gratificação e localizadas em diferentes áreas físicas (zona erógena - região do corpo que, quando estimulada, dá lugar a uma sensação sexual), que ocorrem desde o nascimento ao estado adulto:


  • A 1ª fase (a oral) inicia-se com o nascimento e é caracterizada por as necessidades e as gratificações estarem centradas na zona da boca. 

  • A 2ª fase, a fase anal, ocorre entre os dois e os quatro anos, porque a criança passa a ter prazer com a expulsão ou retenção das fezes. 

  • A 3ª fase (fálica) inicia-se a partir dos três anos e termina por volta dos cinco, seis anos. As crianças centram o seu prazer na estimulação das zonas genitais do seu corpo. Posteriormente, ao longo desta fase, aparecem os famosos complexo de Édipo e complexo de Electra. Acredita-se que todas as crianças, nesta altura, sentem o desejo de possuir o elemento do sexo oposto e, simultaneamente, o desejo de eliminar o rival do mesmo sexo.

  • A 4ª fase é a do período de lactência que ocorre entre os cinco, seis anos até à puberdade (período da maturação total dos órgãos sexuais). 

  • A 5ª fase é a genital ou, por outras palavras, da puberdade e da adolescência.


  • As etapas ou fases do desenvolvimento terminam no período adulto. O jovem torna-se afetivamente e economicamente independente


Alguns defensores deste modelo terapêutico, partindo das doutrinas de Freud, discordaram delas, em alguns dos seus pressupostos, formando outros modelos com base na psicanálise.

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